Nos limites da terra, onde o tempo se dobra,
A arte rupestre repousa, nas grutas, uma obra.
Com gestos ancestrais, o homem do passado,
Desenhou em rochas um mundo vivenciado.

O ocre, tintura de um amarelo profundo,
Pintou as histórias de um primitivo mundo.
Nas paredes de pedra, traços que revelam,
As caçadas e ritos, as visões que amarelam.

Cada linha e cada curva, um grito, uma palma,
Do eco das cavernas que ainda exalam calma.
Na dureza das rochas, suavidade e dor,
O passado que ressurge em uma cor.

A arte rupestre, um espelho da memória,
Testemunha silenciosa da nossa história.
E o ocre, com sua paleta ancestral,
Inunda os sentidos com um tom natural.

Assim, na eternidade das pedras, repousa o encanto,
De um tempo remoto, um testemunho tanto.
Na dança do ocre e da rocha, um poema gravado,
Que o eco dos séculos eternamente tem guardado.